domingo, 15 de novembro de 2009

Brilhe vossa luz

Esta frase sucinta e profunda do Mestre Jesus nos faz meditar, em mais um ano que termina.
Como fazê-la brilhar, nestes tempos tão conturbados, nessa azáfama diária? Nestes tempos, como está o nosso tempo?
Nos esquecemos de plugar nosso fio espiritual na tomada sublime do amor. Nos esquecemos de recarregar a bateria da fé, da solidariedade, da fraternidade.
Nossa luz torna-se tão oscilante que, no decorrer dos dias, vai se apagando, pouco a pouco...
Nosso celular interior até recebe mensagens e apelos, mas não nos apercebemos: do nosso Planeta, da Humanidade, de nós mesmos...
Nossa maneira de ser, de agir, não é mais a mesma...
Eis que chega o final do ano. Luzes e músicas natalinas brilham e soam nas lojas das ruas e shoppings nos fazem despertar dos problemas em que estamos mergulhados; nos fazem lembrar de que o Natal mais uma vez está chegando e que o ano está terminando...
O que fizemos com o nosso tempo ? Será que alguma vez, em algum instante, nossa pequena luz brilhou, fazendo com que o nosso semelhante pudesse dela desfrutar? A luz da boa vontade, da gentileza, do sorriso, do cumprimento sincero, da generosidade?
Reflitamos...
Jesus renasce; renascemos também; nossa luz volta a ter seu brilho real.
Que nossa luz – nós somos luzes – brilhe com verdade, sempre, clareando nossos caminhos, auxiliando outros caminhantes clarearem os seus.
cidinha tavares

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

NO DIA DO MEU CASÓRIO

Casei-me nos idos anos sessenta. Naquele tempo, mesmo que fôssemos fogosas, tínhamos que nos controlar. Algumas conseguiam, outras, não . Tínhamos que maneirar. Moça direita não podia andar torto; ficava falada. Eu estava ansiosa. Contava os dias para o tão esperado evento de minha vida...

Ia provar o vestido de noiva na costureira Guiomar, voltava a provar. Queria ficar bonita. Eis que chegou o momento. Casamento civil, em casa. Papai era dono de cartório. Estavam todas as autoridades da cidade para testemunhar a união: juiz de direito, promotor público, delegado de polícia – não me casei ¨na marra¨ , como se dizia naquele tempo- outras autoridades e seus respectivos familiares. A parentaia lotava a casa. Seria aquela festa.

Tudo preparado, se aproxima o instante. Juiz de paz a postos, padrinhos, etc. E o noivo? Passava o tempo e... nada! Comecei a ficar furiosa. ¨Não caso mais.¨ Aí, chega o gajo, acompanhado dos pais e irmãos. ¨Minha mãe se atrasou...¨ Conversa vai, conversa vem... aceitei as desculpas. Ufa! Os comparecentes respiraram aliviados...

Realizada a cerimônia, fomos para o lauto almoço. Logo, as pessoas foram saindo para se prepararem para o religioso que seria às cinco da tarde. Puxa vida! Justo quando chegou a hora do banho, cadê a água? As torneiras estavam secas. Que mancada! E agora? E eu, a noiva? Tive que me vestir de noiva sem tomar banho de água. Ainda bem que estávamos no Inverno. Como as francesas, tomei banho de perfume, para não exalar algum bodum.

Apenas me faltou o buquê de flores naturais para ajudar um pouco, que era também o que elas levavam para disfarçar o cecê. Cinco horas da tarde. Pedi para a minha irmã e um amiguinho verificarem se o noivo já estava a postos. Não queria passar pelo mesmo constrangimento da manhã.

A igreja ficava a um quarteirão de casa. Logo voltaram os dois: ¨O noivo já chegou.¨ Subi, então, no carro chique do primo de meu pai, e lá fomos nós para o casamento religioso. Ao entrar na igreja, levada pelo meu pai, me irritei. A organista contratada tocou erradamente a melodia escolhida por mim: O Largo, de Haendell.

Tudo bem. Seguiu-se a cerimônia. Terminada a mesma, fomos para os cumprimentos. Logo na saída, minha sogra me abraçou – abraço de crocodilo – arrancando-me da cabeça, véu e grinalda. Ó vida! Ó sogra! Já no primeiro dia? Uma amiga, prontamente recolocou os adereços, mais ou menos e fomos para casa festejar.

Festa vai, festa vem, chegou a hora da viagem de lua de mel. Entrei em meu quarto de solteira e fui trocar de roupa – sem tomar banho - . A janela estava aberta e havia um corredor que passava por ela. Justamente quando eu estava em ¨trajes menores¨, passa um amigo do noivo. Olha para dentro do quarto e me vê naquela situação. ¨Ops! Desculpe!¨ O Ivair – esse era o seu nome, me viu, entre aspas, antes mesmo do meu marido. Foi o primeiro.

Assim como as francesas de antigamente, casei-me e fui para a viagem de núpcias sem tomar banho. Vejam bem! Após chegar ao hotel de destino, fui logo tomar uma bela chuveirada, me preparando para a hora agá.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Mais um carnaval

Mais um carnaval... Na minha vida e na de tantos outros espalhados por esse mundão de Deus. Desde pequena participei dos carnavais. Mamãe fazia questão de me fantasiar e me levar nas matinês que aconteciam no clube de Lácio, um vilarejo onde papai era escrivão do cartório. Lembro-me bem das fantasias: espanhola, dama antiga, japonesa, cigana...Papai fazia questão de comprar o lança-perfume, os confetes e as serpentinas. Creio que eles curtiam muito mais do que eu. Quantos carnavais se passaram desde aquele tempo? Se passaram... Fui crescendo... descobrindo outros carnavais, participando de blocos, ganhando até prêmios. Mudei-me para São Paulo. Já não me fantasiava mais. O marido não era muito a fim dos folguedos de Momo. E eu? Comecei a curtir os carnavais pela televisão, as escolas de samba. Apaixonei-me pela Estação Primeira de Mangueira. Já era fã de carteirinha de Jamelão, intérprete das músicas-enredo da escola. A minha fantasia era na mente:- sonhava, um dia, estar na ala das baianas , gingando, dançando e cantando na avenida, com aquela fantasia muito rodada, colorida e brilhante. Ficou apenas no sonho – a fantasia-. Hoje, com mais de setenta anos de idade, tenho mais é que continuar a ver o carnaval pela televisão, mesmo, dormindo mais do que assistindo. Creio que desencarnaria mesmo antes de entrar na passarela do samba...Mas... sempre tem um mas, às vezes até bom... Minha filha, a Rê, montou um bloco com amigos – o Bela Época – no ano passado. E eu participo dele. Saímos na terça-feira de carnaval às três horas da tarde e vamos até a praça Duque de Caxias, aqui de Osasco onde moro hoje, fantasiados, cantamos, tocamos e dançamos. Até atraímos alguns vizinhos dali, já idosos, que curtem conosco esse pedacinho de carnaval. Na verdade mesmo, a minha passarela do samba é aqui em casa, onde relembro coisas boas, coloco-as no papel, depois no computador e até leio para aqueles que gostam de me ouvir. Querem mais? Abram o meu blogg Guardados de Mim. De quando em vez, coloco um textinho atoa. cidinha